O relógio da parede com o pêndulo começa a contar
A história de um homem que nasceu em 1935
Quando o país ainda era chamado de Estados Unidos do Brasil
Que passou parte de sua vida no Seringal São Jorge no Rio Purus
Que deixou muito jovem a floresta e para a cidade partiu
Seu Francisco Mendes de Sousa lá veio ele
Do Amazonas para o Estado do Acre
Pedir licença ao padre para se casar
E o sino da igreja anunciar o amém
E seu legado em Sena deixar
Um filho
Três filhas
biológicas
Duas do coração não poderiam faltar
Sete netos crescidos e metas alcançar
E dona Alzira Maia, uma esposa de fibra para contar
Um homem sério, honesto
Muito comunicativo
Autodidata e talentoso
Muito além de seu tempo
Quantas coisas consertou
Quantas pessoas encontrou
Trabalhou na prefeitura de Sena Madureira
Por diversos prefeitos passou
E enquanto servidor público
Seu cargo honrou
Navegou pelos rios
Macauã, Caeté, Yaco e Purus
Do varejão ao remo
Do remo ao motor
Quantos peixes pescou no exuberante lago do silencio
Viver era o que mais gostava de fazer
Devoto de São Francisco
Muitas pessoas em vida ajudou
E na belíssima cidade de Rio Branco
Em saudade nos deixou
Por Gercineide
Maia